Qual é a sua estrela? O que te move? Talvez seu obituário te ajude. 

“Era uma vez…

François era um carpinteiro vigoroso, hábil e tinha o rosto franco. Mas, não se sabe por que mistério, ele não agradava ninguém e ficava sem nenhuma encomenda de trabalho. Sem trabalho, ele não tinha dinheiro. Assim, tinha que viver de empréstimos. Aos poucos, foi ficando com o coração pesado por causa de tantas dívidas, até que sua angústia se tornou insuportável. Pressionado por todos os lados, perdeu a confiança em sua estrela e resolveu se matar.

Como era um sonhador apaixonado, não podia se resignar com uma morte qualquer. Assim, bolou um plano. Escreveu uma carta a todos que lhe haviam emprestado dinheiro. Jurava que todos seriam pagos logo. Pediu que eles viessem a seu atelier dentro de dez dias, ao meio dia exatamente. Pensou, então, que tinha dez dias para aproveitar o fim de sua vida e fabricar seu caixão. Como ele não tinha nenhuma tábua ali, lembrou-se de um velho barco abandonado à beira do rio.

Quando a noite chegou, atravessou a cidade, encontrou o barco e o fez em pedaços do seu tamanho. Carregou aquela madeira nos ombros até o porão de sua casa e começou a trabalha a luz de uma lanterna. Na manhã seguinte, com uma meta em mente, sentiu-se confiante e mais vivo do que nunca.

Saiu de casa e, durante três dias, as pessoas o viram tão contente, que começaram a falar dele: – Está tão orgulhoso que parece um homem rico, diziam as matronas atrás das janelas. – Sabe, eu o vi entrar em casa uma noite, carregando carga pesada. Evidentemente, ele estava tentando escondé-la. Desde então, eu escuto barulhos no seu porão todas as noites. Tenho certeza. Mas olhem, não contem para ninguém que ele descobriu um tesouro.

Os rumores logo se espalharam por toda a cidade. Em pouco tempo, dizia-se com a mais absoluta ceteza que François, o carpinteiro, agora estava mais afortunado que um principe, porque a sorte lhe havia reservado um tesouro.

Então todos, homens importantes, vizinhos, companheiros, buscavam sua amizade. Lembraram-se de que era um hábil artesão e começaram a fazer encomendas, tantas que ele se viu forçado a empregar outros trabalhadores para ajudá-lo.

Sobrecarregado de tanto trabalho, esqueceu-se de morrer…” (fonte desconhecida)

François não agradava ninguém e perdeu a confiança em sua estrela… 

Mas, como era um sonhador apaixonado … as pessoas o viram tão contente…

Você vive para agradar os outros?

Agindo assim, sente confiança na sua estrela?

Ou se pergunta se é esta mesma a sua estrela? Agradar os outros?

Ou você é um sonhador apaixonado que as pessoas conseguem “pegar” a sua alegria, de tão contente que você está?

Se você quer ser um sonhador apaixonado e realizar seus projetos pessoais com alegria, precisa identificar qual é sua estrela, qual sua missão na Terra, qual o seu propósito. 

Porque não estamos aqui apenas para nascer, crescer, trabalhar e morrer. Não, definitivamente, não! “Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”, já dizia o dramaturgo William Shakespeare no Século XVI (há quase 500 anos! É ou não um cara visionário?).

Bom, então basta eu consultar meu documento de identidade que lá estará estampado, em letras garrafais, minha missão, correto? Mais ou menos.

Vamos fazer um ajuste nesta frase trocando “meu documento de identidade” por “minha alma” e “letras garrafais” por “sinais, emoções e insights”, que a ideia ficará mais correta, assim: “bom, então basta eu consultar minha alma que lá estará estampado, em sinais, emoções e insights, minha missão!”

Uau! Acho que ficou legal. Parece ser um caminho! Qual o próximo passo?

Sim, há outro passo. Depois outro. Depois mais outro. E mais outro. A caminhada é longa. Às vezes, damos um passo para o lado errado. Outras, damos alguns passos para trás. Estes devem ser evitados, pois atrasam nossa jornada e esfriam nosso ímpeto, nossa energia, nosso brilho. Quanto mais passos der no caminho correto, mais energia alimentará sua luz. Entenda luz, minha amiga, meu amigo, por pura alegria de viver…!

Pode parecer simples, mas não é! Estou nos primeiros passos desta longa jornada. Ainda tenho muito a aprender. Mas, humildemente, acho que tenho um pouco a ensinar. E isso – aprender e ensinar – para mim, é pura energia para minha luz.

Por isso estou aqui, escrevendo para você.

E, além de escrever, talvez, te conte uma história ou duas. Se você gostar, conto uma terceira. Mas, se você realmente gostar, então acho que você também deve contar suas próprias histórias.

Porque todos somos contadores de histórias. Nem todos somos bons contadores de histórias, é verdade. Mas, com um pouco de orientação e prática, a contação fica bem melhor. “Quem viver, verá…”

Por isso, vou escrever mais para você. Mas não hoje. Não há pressa. O tempo, apesar de ser um ditador, que não nos dá ouvido, é um filantropo amigo. Sim, ele dá tudo de si sem pedir nada em troca. Nadinha!

Mas antes de ir, quero dizer que escrevi meu obituário. Obituário, sabe? Aquele texto que se publica no jornal quando uma pessoa morre, falando um pouco sobre sua vida e obra.

É um texto muito precioso para mim. Escrevi-o com lágrimas rolando pela face, depois de perder um amigo de repente. Foi um momento que acessei minha alma. Foi um momento de pura vida! Não sei se será assim, nem se é isso que vou querer em 10 anos…, no ano vem…, amanhã… Mas, sem dúvida, foi um sinal…, uma emoção…, um insight.

Uma forma de você descobrir sua missão é pensar no seu obituário: o que você gostaria que fosse o seu legado? O que você gostaria que ficasse escrito em pedra, que atravessasse os tempos? Não precisa ser grandioso. Basta que tenha significado para você!

Escrever isso é ainda mais poderoso…

Ao final deste texto, coloquei o comecinho do meu obituário (não estou preparado para abrir mais…) pois, para mim, ele revela um pouco do poder deste processo.

Pensar ou escrever seu obituário abre caminho para uma força que, talvez, você não saiba que tem. Talvez, esta força seja muito grande e você precisará de outras ferramentas para lidar com ela. Por isso, muito cuidado! Vá com calma. Respeite o processo. Faça isso de forma reservada. Isso é sagrado. É sua alma! É o que te dá vida. Sem ela, você é apenas uma pedra, uma máquina, um objeto…

Até breve!

Max

“Obituário, 03/09/2019

Max faleceu no último dia 18/08…”


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